segunda-feira, 28 de março de 2011

"Raro, puro e especial. Extraordinário."

   "Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?"
   Marley e Eu.

   Acordei com essa frase perambulando e dando passos frequentes em minha mente. Não me permitiu mais dormir, apenas coloquei minha cabeça sobre o travesseiro e ali fiquei, acompanhando os pingos que caíam ao chão decorrentes da chuva que não passava, que não parava, que não se curava, que não cessava.
   Estive pensando. Quanto tempo passou desde que as pessoas mudaram ou que resolveram mudar e que se viram no caminho da mudança. Quantas pessoas foram deixadas pra trás e quantas ainda estão por perto. Quantos sonhos sonhados e que hoje são realidades, e quantas ilusões as pessoas criam e sofrem por causa delas. Quanta coisa as pessoas gostariam que tivesse dado certo, e, quantas que nem imaginariam que poderia ter dado certo, deram muito mais. O inesperado acontece, as coisas boas sempre chegam. O que sempre é preciso aceitar é que o tempo passa e com ele as pessoas mudam. É aquela coisa, quem nunca mudou com o tempo. Em tempos passados, os sonhos eram diferentes, as amizades e os relacionamentos eram diferentes, agora, nem tanto iguais. Quanta coisa aconteceu, quantos fatos passaram, quantos momentos fizeram das pessoas mais vivas, mais "eu" e mais confiantes de si mesmo (e também não-confiantes).
   Amizades que permaneceram através do tempo, com desgastes, com pressões psicológicas e bobagens, e hoje, ainda são as mesmas. É aquela história de que o que é de verdade, não muda nunca. Eu sempre acreditei, juro. Almejei que não acabassem nunca, mas percebo que isso não depende só de mim, não enquanto estiver falando de pessoas. Sempre guardo com cuidado os ensinamentos do meu pai, e numa dessas aulas de escola da vida, aprendi que as pessoas não existem, elas coexistem. Por isso, nem tudo depende de somente uma pessoa. Todo mundo precisa "coexistir".
   Quantas pessoas lhe surpreenderam... Aquela amizade que era meio vaga, que não se restringia, que era meio independente... Ela surpreendeu, ela te ajudou muito mais do que todas as pessoas (poucas) em que você mais confia. As pequenas (e raras) demonstrações de afeto mostrou o que significou aquela amizade para você.
   A família é sempre aquele alicerce, o porto seguro, o ápice. E é verdade, concordo. Fatos acontecem, momentos decorrem, imprevisões sempre virão a ser presentes, e tudo o que fizemos é recorrer à família - uma das poucas que nunca vai lhe deixar só, na vida -.
   Aquele amor, aqueles sonhos compartilhados, momentos vividos, problemas divididos e alegrias multiplicadas. Um sentimento essencial, o puro, o bem, a confiança, a maturidade, a intimidade e sobre tudo, a segurança. Alguém a quem apelar nas situações ruins, para desabafar em choro em braços, pra não largar os braços daquele abraço. Alguém assim, insubstituível e especial, alguém que com certeza você não se veria sem.
    Mas, afinal, pensei, pensei e pensei e cheguei a conclusão de que só três pessoas fazem eu me sentir rara, pura e especial. Só três pessoas fazem eu me sentir extraordinária. Não sou egoísta em dizer isso. Todas as pessoas que estão e passaram pela minha vida são importantes demais, mas só três (é, só três) fazem eu me sentir assim. As outras, também. Mas só essas três fazem eu me sentir alguém extraordinário a todo o momento. De todas as pessoas que você conhece, de todas as pessoas importantes e insubstituíveis na sua vida, quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?
   Se passar dos dedos de uma mão, considere-se alguém de sorte. Mas, pense bem... Talvez aquelas que não preencham nem uma mão, são as que mais se dão bem na vida. Escolhem poucas, mas escolhem as mais qualitativas, com mais personalidade e mais insubstituíves. É, sabe aquelas pessoas que nunca vão te deixar sozinhas na vida? Então... É a essas a quem eu me refiro.