sexta-feira, 15 de abril de 2011

Libélulas.

   Nunca se escreve num momento "normal". Há sempre uma extremidade. Nada é uma média. Não sei se isso é um problema, mas as palavras conseguem ser mais aperfeiçoadas quando isso de fato acontece, no meu caso. Parece que é como se um passarinho não saísse do seu ninho, encaixado numa árvore, num dia de chuva. Então quando o sol se abre, lá está ele. Sozinho ou com o seu bando, ele viaja por aí. Procura o que precisa. Mas ou é oito, ou oitenta. Ou ele fica cuidando dos seus filhotes, ou ele sai para procurar comida para eles. Ou para voar, ou para procurar algo que o satisfaça. É assim que acontece quando eu sinto vontade de escrever. Ou é tudo, ou é nada. Ou eu tenho vontade, ou não.
"Corra atrás da sua libélula, sem medo de se machucar."
   Queria explicar o sentido da imagem. Li um texto que fazia uma comparação de um sentimento importante com libélulas. Ah, queria dizer que ela não pica. Ela só mastiga. Acho que por isso, também, que ela foi comparada com esse sentimento. E, bom, a menina japa, ao fundo... Quem me conhece, sabe que uma das minhas paixões é crianças japas. Aliás, queria ser uma. Não sei porquê, mas esses olhos puxados - ainda mais numa criança que não sabe o que é mentir e é alheia a todas as mentiras e injustiças do mundo - me fascina. É, a criança é realmente o verdadeiro ser humano. Aquele que não mente, que fala o que pensa. Aquele que ao certo vai ouvir de seus pais: "Menina, tenha mais educação. Não é assim que se fala com as pessoas, essas coisas magoam, peça desculpas" (era uma verdade sincera, se é que me entendem) - me encantam de uma forma que eu pelo menos esqueço parte das coisas negativas existentes. Esses olhos me demonstram pureza, simplicidade. Talvez seja coisa da minha mente, e eu digo que "ainda bem" que eu penso assim. Todo mundo tem suas paixões, e fico feliz por eu ser apaixonada por uma coisa tão simples. Por crianças japas, por olhos, por olhos puxados. Olhos brilhando, olhos sinceros, olhos puros. Simplicidade, é isso.
   Andei pensando e cheguei a conclusão de que todo mundo deveria ter uma libélula. E nem todo mundo tem. É aquele bichinho, que, te incomoda, não te deixa em paz. Mas todo mundo deveria ter uma libélula. Sabe por quê? Porque no momento em que ela pousa perto da gente, é uma raridade. Ela parou ali por algum motivo. E você sabe que motivo é esse? Por mais que essa libélula te machuque ou te perturbe (aquele barulho chato de ela chegando já pode até lhe perturbar), nunca desista da sua libélula. Você não sabe o que ela pode te proporcionar. Ela pode te ensinar até a voar, da maneira dela. Então ela vai e te mostra o mundo de outro ângulo. Não aquele com os pés no chão, batendo sobre a terra. Mas aquele bem mais acima, bem mais alto do que você poderia imaginar. Ela pode te mostrar como ela vive e pode dividir com você tudo o que você vive, aprende, imagina. Vocês podem criar uma história linda juntos. Mas aí você acredita nessa libélula, cativa, e no final ela voa para longe. Tudo bem, eu sempre acreditei naquela citação do Pequeno Príncipe: "Você é eternamente responsável por aquilo que cativas". Nada na nossa vida é relevante. Nós sempre vamos ser responsáveis por tudo o que cativamos. Tudo acontece porque tem de acontecer, porque é destino. E eu acredito bem nisso. Acho que sou uma das poucas pessoas que acredita fielmente nele. E então essa libélula mostra pra você tudo o que você nem imaginava que existia, e te proporciona momentos maravilhosos, te faz criar visões diferentes, te faz mudar em algumas coisas, te fortalece em outras. E vocês aprendem, crescem, evoluem, juntos. E ela sempre vai estar lá. Sempre. Não importa o que aconteça, a sua libélula sempre esperará por você, naquele mesmo lugar em que vocês se encontraram. Só ela vai ser capaz de te mostrar que as coisas simples são as mais especiais. Procure a sua libélula e nunca, nunca desista dela. E vai ser pra sempre a sua "only one" libélula... Pra sempre. Ela vai estar lá, por ela, por você, por vocês.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Alguém.

          
Sorrir. Chorar. Ouvir. Falar. Rir. Destino. Ler. Palavras. Diálogo. Jornalismo. Chaplin. Escrever. Direito. Sensibilidade. Simplicidade. Cumplicidade. Sem paciência. Detalhes. Fim de tarde. Fotografia. Nuvens. Natureza. Animais. Violão. Música. Sonhos. Abraço. Mãos entrelaçadas. Saudade. Apego. Afinidade. Sinceridade. Intensidade. Pensamento longe. Sentimento. Alma gêmea. Mútuo. Reciprocidade. Importância. Eternidade. Extremo. Lembrança. Memória forte. Nervosismo. Teimosia. Rancor. Preocupação. Chuva. Sol. Frio. Pureza. Ironia. Essência. Ohana. Amor. Amizade. Moda antiga. Perfil jovial idoso. Cores. Lilás. Felicidade. Frágil. Forte. Touro. Birra. Orgulho. Ciúme. Drama. Futuro. Piada. Olhar. Cartas. Medo. Borboletas na barriga. Paisagem. Praia. Campo. Simpatia. Timidez. Cativo. Alguém sou eu.